"Tudo é teu, que enuncias. Toda forma nasce uma segunda vez e torna infinitamente a nascer. O pó das coisas ainda é um nascer em que bailam mésons. E a palavra, um ser esquecido de quem o criou; flutua, reparte-se em signos para incluir-se no semblante do mundo. O nome é bem mais do que nome: o além-da-coisa, coisa livre de coisa, circulando. E a terra, palavra espacial, tatuada de sonhos, cálculos".

(Carlos Drummond de Andrade, Lição de coisas, Origem: A palavra e a terra, V - 1962)

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sábado, 5 de dezembro de 2015

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Reconstruindo....



Um comentário:

Consultora em Educação disse...

Meu grito

Ivone Boechat



Eu posso,
eu sei que posso,
por isso eu vou,
amordaçada, sacrificada,
até calada, sem medo;
vou sem segredo,
na certeza de ser melhor,
eu não reclamo,
não tenho nada pra desculpar,
corro na certa, de peito aberto,
retorno sempre que precisar;
sou como as nuvens,
eu formo imagens
que se apagam nas ilusões,
grito socorro,
dou mãos ao mundo
e me agasalho
nos teus verões.

Ivone Boechat

Amanhecer, 1ª.ed.Unigranrio, 1983-RJ